domingo, 15 de novembro de 2009

Dica de Teatro: DentroFora

Imagens do Espetáculo

DentroFora segue em cartaz no Câmara Túlio Piva com várias atrações: o texto de Paul Auster, a atuação de Liane Venturella e Nelson Diniz, a estreia na direção de Carlos Ramiro Fensterseifer – e a trilha sonora de Alvaro RosaCosta.
sexta e sábado às 21h, domingo às 20h
Assim como O Gordo e o Magro vão para o Céu, inspirado em Esperando Godot. O espetáculo é uma metáfora sobre o ser humano contemporâneo. Na trama, de dois personagens, se encontram presos dentro de duas caixas, cada um em uma. Eles resolvem pensar na sua nova condição e relembrar fatos de suas vidas. A peça explicita a imobilidade do ser humano perante a vida cotidiana, a partir de ações interiores dos personagens.

Direção: Carlos Ramiro Fensterseifer
Elenco: Liane Venturella e Nelson Diniz
Cenografia: Élcio Rossini
Figurino: Rodrigo Nahas Fagundes
Iluminação: Cláudia de Bem
Trilha sonora e imagens: Alvaro RosaCosta
Figurinos e design gráfico: Rodrigo Nahas
Produção: Denis Gosch

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Vincent Bousserez
















O artista francês Vincent Bousserez utiliza bonecos de plástico em miniatura para reproduzir cenas da vida cotidiana. O fotógrafo e designer gráfico diz que teve a ideia de 'Plastic Life' ('Vida Plástica', em tradução livre) depois de se encantar com uma loja de miniaturas.

Domínio Público, URGENTE!

Uma bela biblioteca digital, desenvolvida em software livre, mas que está prestes a ser desativada por falta de acessos!!!

Imaginem um lugar onde você pode gratuitamente:
· Ver as grandes pinturas de Leonardo Da Vinci ;
· escutar músicas em MP3 de alta qualidade;
· Ler obras de Machado de Assis Ou a Divina Comédia;
· ter acesso às melhores historinhas infantis e vídeos da TV ESCOLA,
ARTIGOS CIENTÍFICOS
· e muito mais...

Esse lugar existe!
O Ministério da Educação disponibiliza tudo isso, basta acessar o site:
www.dominiopublico. gov.br

Só de literatura portuguesa são 732 obras!

Estamos em vias de perder tudo isso, pois vão desativar o projeto por desuso, já que o número de acesso é muito pequeno. Vamos tentar reverter esta situação, divulgando e incentivando amigos, parentes e conhecidos, a utilizarem essa fantástica ferramenta de disseminação da cultura e do gosto pela leitura.

Maravilha do Xavier le Roy!

http://www.youtube.com/watch?v=G3rv1TeVEPM

Colaboração Regina Rossi, diretamente de Hamburgo...
Beijo, Rê!

arte de Porto Alegre

Performance de Letícia Lampert e Regina Rossi:

http://killingsometime.wordpress.com//

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Filme in locqua, da dupla o Zé e Tatu. Ele foi dividido em 4 partes para ser disponibilizado na web, nos seguintes links (ou no canal da dupla no youtube).
Abaixo consta também a sinopse. abração.

parte 1http://www.youtube.com/watch?v=d_5Chi6m5vM
parte 2
http://www.youtube.com/watch?v=rf6Yf18BKiY&feature=related
parte 3
http://www.youtube.com/watch?v=c-9IoHwm9gU&feature=related
parte 4
http://www.youtube.com/watch?v=0djsMgwFD6Y&feature=related
sinopse
‘In locqua é um filme sobre o que se vê daqui, onde estamos, onde algo acontece e não sabemos o quê’. Trata-se de um documentário-musical de 35 minutos, cujas imagens foram coletadas em um final de semana de ensaios de setembro de 2009 e posteriormente editadas articulando-as a outras ideias musicais e literárias, novas e velhas. Uma linha narrativa é sugerida com a repetição de temas visuais (um semáforo, pessoas de passagem), a utilização de textos em legenda, e a organização do material em blocos (‘vida e obra’, ‘políticas de saúde’, ‘lugar para passear as férias’ etc.). O filme contém planos de câmera fixa, câmera na mão e animação, contém sobreposições e inversões de áudio, o que o conecta à estética das cortadas e também o aproxima do momento particular da dupla o zé e tatu, que vive experiências de resignificações, experimentações e revisitas. Algumas imagens registradas por Lauro M e Carolina M do show eupoderiadançarespaçado de 2008 e por Fabrício Tavares da participação d’o zé e tatu no ensaio aberto do projeto Novas Bossas Novas também estão presentes. In locqua conta ainda com participações de Zana Rosa, Bebel Ribeiro, Tânia Rosa, Giuliana Bruno, Cadito e outros artistas e amigos.

LA CASA DE SARKOZY - França

LA CASA DE SARKOZY leé bien, seguí las intrucciones,es espectacular

Serie de fotos e indicaciones sobre la casa donde vive M. Nicolas Paul Stéphane Sarkozy de Nagy-Bocsa (n. París, 28 de enero de 1955) es un político francés y desde el 16 de mayo de 2007, el vigesimotercer Presidente de la República Francesa, puesto que confiere también los cargos de Copríncipe de Andorra y Maestre de la Legión de Honor. Seguir las instrucciones.



ENTRA EN ESTA PAGINA, CLIC EN CADA FOTOGRAFIA LA AGRANDAS A PANTALLA COMPLETA, DESPUES CON EL RATON LLEVAS LA FOTOGRAFIA PARA LA IZQUIERDA,DERECHA,ARRIBA Ó ABAJO, TIENE UN MOVIMIENTO DE 360º,ES UNA AUTENTICA MARAVILLA, PUEDES VER LA HABITACION COMPLETA, LOS SUELOS, ALFOMBRAS, EL TECHO, LAS LAMPARAS, LOS CUADROS, TAPICES, ETC., ETC.,SI LO HACES BIEN Y DESPACITO, DISFRUTARAS Y TE GUSTARA. http://www.elysee.fr/panoramic/index.php

sábado, 7 de novembro de 2009

Arte é tudo. É?

Esta matéria foi publicado originalmente no jornal O Globo, no Segundo Caderno, no dia 4 de abril de 2004.

Arte é tudo. É?
ARNALDO BLOCH


Não, não é mais uma daquelas discussões estéreis sobre se a criação contemporânea é ou não é arte. A pergunta acima apenas resume a mais recente confusão entre artistas e o Ministério da Cultura. Depois de passar 2003 alardeando que tinha que acompanhar a evolução tecnológica, o MinC baixou, no início do ano, uma portaria que não muda nada.
- Esqueceram que a internet e todas as formas de expressão artística trazidas pelos meios eletrônicos e pela tecnologia são hoje produtoras e difusoras importantes de cultura diz Patrícia Canetti, criadora do Canal Contemporâneo, comunidade virtual dedicada à arte contemporânea.
Patrícia, que liderou a luta do Canal contra o Guggenheim, levantou 600 assinaturas de artistas de todas as áreas (e não apenas as afetadas) propondo que se acrescentem às formas tradicionais (teatro, dança, cinema, música etc) novas categorias. Algumas assustam à primeira leitura. É o caso da nanoarte, que já rendeu piadinhas politicamente incorretas sobre nanismo (na verdade é uma arte que lida com elementos em escala atômica por exemplo, ondas provocadas pelo som da voz, ou coreografias moleculares).
Primas da nanoarte, a bioarte e a arte transgênica propõem experiências como modificar geneticamente um coelho para que, dependendo do nível de exposição à luz, torne-se fluorescente. Este coelho deve viver numa casa de família que, através da experiência, conscientiza-se de como a genética pode vir a afetar suas vidas.
Autor do projeto, o brasileiro Eduardo Cack, que vive em Chicago, encomendou o coelho (batizado Alba) a um laboratório francês que, na hora H, não entregou a encomenda, o que provocou um movimento cujo lema é Free Alba.
E atenção, puristas, para uma bomba: os games fazem parte da lista. Mas não é qualquer game , não. A respeitada Tate Gallery, por exemplo, difunde o agoraXchange, um jogo interativo criado pelos próprios usuários (ou apreciadores?) da obra, que atuam em sensíveis questões do mundo globalizado, com resultados imprevisíveis.
Há categorias híbridas: a arte telemática, por exemplo, é capaz de feitos como engajar milhares de pessoas no nascimento de um pé de feijão, que recebe luz conforme os acessos a um site que ativa sensores... ou significar um espetáculo de dança interativo, em que duas bailarinas em teatros diferentes dançam juntas, em tempo real.
O curioso, para não dizer absurdo, da situação é que o MinC reage aos queixosos com entusiasmo, apesar de estar na origem do problema:
A máquina governamental tem razões que a própria razão desconhece. A ausência das novas formas de expressão reflete isso. Felizmente o grito de vocês foi dado. Felizmente não há divergência em nenhuma instância do MinC, escreveu Claudio Prado, responsável pela área de Cultura Digital no MinC, em e-mail enviado para o Canal.
O chato é que, para mudar a portaria, é preciso verificar se as alterações estão de acordo com o decreto que regulamenta a Lei Rouanet, um processo complicado que pode levar meses ou anos... coisas da modernidade.
Minidicionário de arte-ciência-tecnologia
AMBIENTES IMERSIVOS Ambientes criados na rede (ou fora dela, com interface computacional e monitores ou ainda projeções) que permitem que o visitante possa interagir com a obra fisicamente, de maneira múltipla. Tem relação com o conceito e a tecnologia de realidade virtual. O visitante, entretanto, não está plugado, embora utilize equipamentos como luvas especiais e máscaras. O computador é a interface e traveste-se de personagem na rede.
AMBIENTES INTERATIVOS Conceito mais amplo, que engloba a categoria acima, mas inclui a participação coletiva.
ARTE TELEMÁTICA Arte que utiliza as telecomunicações para produzir resultados criativos impossíveis sem ela. Exemplo: usuários de internet influindo no crescimento de uma planta. Ou, no campo da dança, duas bailarinas em palcos diferentes unidas em tempo real através de transmissões projetadas.
ATIVISMO ARTÍSTICO Utilização de arte na rede com objetivos de alertar os usuários sobre algum aspecto, às vezes denunciatório, da realidade contemporânea.
BIOARTE E ARTE TRANSGÊNICA Lidam sobretudo com genética. Uma experiência conhecida é a do coelho Alba, modificado geneticamente para tornar-se fluorescente em determinadas condições de luminosidade. O projeto foi abortado porque o laboratório francês ao qual se encomendou o coelho acabou recusando-se a completar a experiência, o que gerou um amplo movimento na rede cujo lema é Free Alba.
CINEMA PARA INTERNET Cinema e animações em geral produzidos especialmente para ser difundidos pela rede.
CIBERLITERATURA Literatura realizada através da rede, interativamente (obra escrita a várias mãos ou completada pelos usuários), ou qualquer ambiente literário criativo concebido e desenvolvido em rede.
EFEITOS QUÍMICOS E FÍSICOS Visualização artística de fenômenos destes dois campos.
COMUNIDADES VIRTUAIS Comunidades que se dedicam, utilizando a rede, a atividades, informação, repertório e difusão de arte num nível global e influente.
GAMES Jogos que, comerciais ou não, tenham como objetivo difundir, na dinâmica própria dos games , conteúdo artístico, ficcional etc. A Tate Gallery tem um jogo interativo, o agoraXchange, que é construído coletivamente, com o intuito de uma atuação simulada em questões referentes à globalização. É financiado por uma grande fundação.
HIPERMÍDIA Toda arte concebida tendo por base o conceito de hipertexto (navegação na internet em “saltos através de links), mesmo que transposto para outras linguagens.
NANOARTE Arte que lida com nanotecnologia, ou seja, tecnologia em escala muito pequena ou microscópica que produz células, moléculas, máquinas, motores etc em níveis que podem atingir a escala atômica.
NET-ARTE E WEB-ARTE Arte produzida ou difundida em rede.
PROJETOS DE REALIDADE AUMENTADA Conceito ainda emergente, que permite acrescentar à realidade física (através de interfaces, máscaras etc) dados que vêm do ciberespaço. Por exemplo: durante uma visita turística a uma cidade, o usuário pode acrescentar menus informativos ao equipamento individual que descrevam o que se está vendo lá fora, ou crie situações interativas.
SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL Construção de realidades, situações, configurações etc em computador, e sua difusão na rede.
VIDA ARTIFICIAL E ROBÓTICA Arte que lida com inteligência artificial e robótica em geral. Às vezes cruza com a ciência: uma obra conhecida é um robô alimentado por bactérias acionadas por usuários da rede.
Posted by Patricia Canetti
em http://www.canalcontemporaneo.art.br/tecnopoliticas/archives/000069.html

FUN THEORY ...diversão e arte para qualquer parte

"Será que conseguimos fazer as pessoas usarem a escada apenas fazendo-a mais divertida?"

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O pior dia dos Rolling Stones - GIMME SHELTER - lançado em dvd



Tinha tudo para dar e errado. E deu. Tão errado que naquele 6 de dezembro de 1969, os Rolling Stones ajudaram a sepultar o sonho hippie de paz e amor que embalava um mundo ainda sob os efeitos sonoros e lisérgicos do Festival de Woodstock, realizado em agosto.Disposto a marcar o fim da turnê americana em grande estilo, Mick Jagger queria protagonizar seu próprio Wood­stock, um concerto gratuito do qual os Stones seriam a principal atração. O lugar escolhido, entre atropelos e improvisos, foi o autódromo de Altamont, norte da Califórnia. Grateful Dead, Santana, Jefferson Airplane, Flying Burrito Brothers, Crosby, Stills e Nash seriam os companheiros de palco.Para a segurança do espetáculo, decisão que fez tudo ir por água abaixo, foram convocados os Hells Angels, os brutamontes vikings das estradas americanas. Porretes e latas de cerveja à mão e avançando com sua motos sobre a plateia, os Angels promoveram naquela tarde, diante de 300 mil pessoas, uma sessão de pancadaria que não poupou nem músicos.Em meio à apresentação dos Stones a tensão já era extrema. Palco lotado, banda acuada, Jagger pedindo calma, ameaçando parar o show. Até que durante Under my Thumb, um clarão se abre. Um rapaz negro, com revólver em punho, é assassinado a facadas por um dos “anjos”.Esta impressionante sequência é detalhada no clássico documentário Gimme Shelter, item obrigatório para fãs de rock e de bom cinema. O filme tem a assinatura dos irmãos Albert e David Maysles, aclamados documentaristas americanos, pioneiros do chamado cinema-direto, reverenciados por cineastas como o francês Jean-Luc Godard. Eles registravam a turnê e seus bastidores desde a estreia apoteótica em Nova York, na reta final daquele que deveria ser um ano mágico para os Stones. Superada a morte do guitarrista Brian Jones, em julho – substituído pelo ótimo Mick Taylor, que com eles faria as obras-primas Sticky Fingers e Exile on Main St. –, e diante da iminente aposentadoria dos Beatles, os Stones estavam prestes a reinar soberanos como a maior banda de rock‘n’roll do mundo. Mas havia Altamont pelo caminho.O filme acabou sendo construído sob a perspectiva dessa tragédia. Na sala de montagem, os Mayles transformaram o que seria um grande musical num dos mais tensos dramas da história do rock.Lançamento em DVD pela Warner (preço médio: R$ 30).

por MARCELO PERRONE
ZERO HORA
06 de novembro de 2009 N° 16147
Segundo Caderno, pág. 6

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

FÓRUM DE DISCUSSÃO (Jornal Zero Hora) SOBRE O TEXTO DO SENHOR (equivocado) HISTORIADOR VOLTAIRE SCHILLING:

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/interatividade.jsp?uf=1&local=1&newsID=DYNAMIC,itools.xml.ItoolsDelivery3,getMuralMensagensXml&template=3838.dwt&forumid=107290&groupid=3653&section=Mural&tp=

A Classe Artística discute texto de Voltaire Schilling

Mandei por e-mail, para minha lista de amigos, em sua maioria artistas, provenientes da academia, vivendo a arte contemporânea, ou seja, vivendo o mundo atual:

Amigos!

Nem sei se "isto" é "digno da nossa indignação", tamanha ignorância... Mas, pra quem ainda não viu, recomendo a leitura porque chega a ser ridícula... Como pode um historiador falar tanto absurdo?


...Achei apropriado publicar aqui as respostas abaixo, recebidas de colegas artistas por e-mail, para demonstrar a reação da nossa classe à falta de informação (só posso chamar assim) do Senhor Voltaire Schilling. Um historiador muito sério, que deveria informar-se um pouco mais sobre a história da arte e compreender que a arte, ao longo da história da humanidade, sempre representou o momento, o contexto, sendo essa uma das suas principais funções. E que, portanto, neste mundo caótico em que vivemos, nada mais natural que a arte esteja completamente diferente daquele modelo clássico que costumava agradar apenas aos olhos ou representar a realidade antes do advento da fotografia. (Mundo clássico este (que respeito) mas no qual, possivelmente, o Senhor Voltaire ainda vive, entre seus livros e bibelots, o que é uma pena...) Não publiquei (ainda) todos os nomes dos colegas, porque não pedi a devida autorização, mas não pude deixar de colocar as suas opiniões aqui no blog para serem lidas por mais gente do que apenas a nossa lista de e-mails.)

Cláu Paranhos



Nooossa Clau, apavorante!
Um amigo meu já havia comentado sobre esse artigo absurdo e, muito apropriadamente, criticado pelo Gaudêncio. Eu já tinha enormes reservas quanto a esse historiador desde que li um livro dele sobre Nietzsche que não fazia nada além de reproduzir um discurso caquético muito mal orientado sobre o filósofo, discrevendo-o como um louco nazi-fascista e, como no presente artigo, sem o menor constrangimento de expor seu pensamento retrógrado e estreito, próprio de quem pouco se dedica com seriedade às leituras mais densas e ainda por cima desafiando o pensamento contemporâneo que há muitas décadas já abandonou essas idéias equivocadas acerca de Nietzsche. Até vou te levar o tal livro se já não coloquei fora, rsrs, beijão!!!
Maria Cristina Ferrony

Além de preguiça mental, esse Voltaire Schilling deve ser neonazista, ao menos, tem a mesma opinião sobre ''arte degenerada" que Adolf Hitler.
Tem muitas aberrações na arte comtemporãnea? Talvez sim (he,he,só pra provocar também...), mas mais aberração ainda nesse texto em que mostra uma mente que tanto não possui uma reflexão minimamente despreconceituosa, quanto mais (pretensamente) intelectual . Deve ter mofo no cérebro, que é característico de quem ocupa nossas instituições e também que tem cadeira cativa na formação de opinião pública, feita na forma midiática, tradicional:
jornal e tv.
...Mas ainda acho que ele é nazi...
C. W.


Amigos,

Episódio lamentável a publicação do Sr, Voltaire. Vergonhoso para o meio cultural que um historiador se manifeste publicamente de forma tão pretensionsa, desrespeitosa e ignorante. Mas o pior é constatar que muitas outras pessoas, com todo acesso a cultura possível, manifestaram- se a favor do texto do Sr. Voltaire (veja-se os textos de David Coimbra e Rosane de Oliveira, ambos colunistas da ZH). Posturas assim para mim só podem ser fruto de uma preguiça mental seletiva. Como podem pessoas com tanto acesso a informação se manifestarem publicamente de forma tão pretensiosa sobre um tema que pouco conhecem ou sequer se interessam?? ? A "cidade das monstruosidades" foi uma alegoria extremamente infeliz utilizada pelo Sr. Voltaire para falar das obras de arte que ocupam nossos espaços públicos. Alegoria, porém, que bem serviria para ilustrar algumas mentes que rondam Porto Alegre, ocupando cargos públicos ou importantes espaços na mídia, bem como os efeitos nefastos de suas manifestações sobre a educação de uma população já tão carente de uma formação voltada para o sensível.
Estou chocado!
S.T.


Sim, e eu li as duas respostas na ZH, do gaudêncio e de um outro cara. Descascaram ele com toda razão. O cara botou o respeito profissional que tinha na boca do lixo. Minha mãe dizer essas ignorâncias vá lá, mas um intelectual (ou pretenso), ativo no ramo cultural, não é nem reacionário, é burro mesmo.
C.R.


Oi Cláu,
Às vezes a gente pensa que é melhor ficar quieto, mas não nesse caso, mesmo que não seja "digno de nossa indignação", como você mencionou. Parece que todos podem falar o que querem sobre qualquer coisa... sendo assim, nós (artistas) não deveríamos manifestar nossas idéias evitando a existência de um único ponto de vista?
Penso que esse tipo de crítica, que demonstra completa ignorância, ainda pode ser profícua, pois pode motivar o artista a expor seu pensamento e, principalmente, a desconfiar de historiadores e críticos que são apresentados a nós como grandes soberanos, poderosos legitimadores da arte (da grande arte). Algumas vezes, pessoas mal informadas sobre arte, como quando atacam a obra de Duchamp, por talvez não terem entendido que ele nos propõe uma questão ao expor os readymades - o que foi muito bem debatido por Rosalind Krauss, no livro 'Caminhos da Escultura Moderna' e também por Gaudêncio Fidelis em seu texto-resposta.

Abraçosss
Z


Vitupério Stilling
...segundo Houaiss =
Vitupério- substantivo masculino 1 ato ou efeito de vituperar, vituperação2 palavra, atitude ou gesto que tem o poder de ofender a dignidade ou a honra de alguém; afronta, insulto3 acusação infamante, injúria4 qualquer ato infame, vergonhoso ou criminoso
ver sinonímia de afronta

R.U.


Me caiu os butiá da bolsa escrotal....
O Voltaire me decepcionou...
E VIVA AS DISCUSSÕES SOBRE ARTE !!!!!
V.S.


O problema: este é o senso comum.Ao defender qualquer dessas obras eu tenho muito trabalho, pois há dezenas de argumentos contrários às mesmas.Os comentários postados no site Clicrbs demonstram uma quase unanimidade contra o contemporâneo.É necessária uma reação. Creio que seria essencial um encontro estadual debater a arte pública.Quando Monteiro Lobato atacou Tarsila do Amaral, Osvald e Mario de Andrade acudiram-na e deram o embrião para a Semana de Arte Moderna de 22. Se houver passividade, nesse momento, logo os gestores públicos adotarão o que chamo de solução Torre Eiffel: seleção pública para monumentos. Possivelmente com votação popular.Creio que a população gaúcha está mais pendente ao hiper-realismo na escultura do que qualquer outra solução.E se condenam, por exemplo, Gustavo Nackle, provavelmente, no íntimo, repudiam Xico Stockinger, pois percebo no uruguaio uma influência do gaúcho.Já argumentei, no próprio Clic, que considero as cuias de Saint-Clair Cemin um monumento tão importante, para mim, quanto o Laçador, a seu tempo, pois cria uma imagem de mundo gaúcho e uma forma geométrica que muito bem poderia ser um átomo, um sol ou um planeta. Divino.
D.


RESPOSTA AO HISTORIADOR VOLTAIRE SCHILLING(Autor da matéria “A capital das monstruosidades” , 25/10/2009)
Diz a lenda que um general alemão olhando o quadro “GUERNICA” de Pablo Picasso, perguntou-lhe : “Foi você que fez esta monstruosidade?” , ao que o artista respondeu: “Não, foram vocês”.O conceito do belo, feio ou “monstruoso” se revisa ao longo dos séculos e o que hoje achamos ruim, gerações futuras poderão achar genial. Inúmeros casos na história da arte nos mostram esta mudança. O exemplo mais conhecido é dos impressionistas e pós-impressionistas, a princípio recusados pela crítica e pelo público, hoje considerados geniais. Antes deles, Goya ao fazer as pinturas negras teve que fugir da inquisição , hoje estas são consideradas obras primas. Rembrant ao pintar a hoje famosa “Ronda noturna”, foi criticado pela corporação que lhe encomendou esta obra , pois utilizou vermelhos e pretos em demasia. Na época da II guerra mundial a arte moderna foi considerada ARTE DEGENERADA pelos nazistas.Não acredito que o autor do artigo esteja identificando- se e defendendo estas mesmas idéias?Não duvido que há obras ruins e talvez a estrela seja uma obra sem qualidades, mas o linguajar do historiador ao referir-se a esta escultura, foi desinformado, desrespeitoso e ofensivo. Informo ao dito historiador que… “o primeiro timão” que parecia ter esterco como matéria original”…., intitulava-se “Estrela Guia” e o material era BRONZE (alheação de cobre, estanho e zinco), que com certeza desconhece. Com respeito ao furto desta obra, acho vergonhoso que um cidadão comum aceite e justifique a depredação de qualquer obra por “medonho” que lhe pareça, mas é duplamente lamentável ler esta justificativa escrita pelo HISTORIADOR E DIRETOR DE MEMORIAL DO ESTADO.Enfim senhor Voltaire , não fosse por suas ironias grosseiras e ofensivas, diria que seu artigo é cândido de tão primário. Este escultor sugere que tome cuidado para que junto com a comissão “AMIGOS DO BOM GOSTO” que o senhor quer convocar, não criem um movimento intitulado “ FUNDAMENTALISMO ESTÉTICO” . Sugiro também que não façam listas de obras que pretendem remover, de discos que não gostam, dos livros e prédios que não lhes agradam , sabemos pela historia no que isso vai dar.
GUSTAVO NAKLE- ESCULTOR

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A capital das monstruosidades, por Voltaire Schilling

Polêmico (e lamentável) texto do historiador Voltaire Schilling, de quem discordo muito veementemente, e que gerou o texto de Gaudêncio Fidelis, no post anterior.

Desde que Marcel Duchamp, um ex-artista cubista, francês de nascimento que escolheu os Estados Unidos como residência, mandou um urinol para ser exposto numa galeria de Nova York e, quase em seguida, em 1915, montou uma roda de bicicleta equilibrada sobre um pequeno banco e a fez passar por obra de arte, abriu-se a Caixa de Pandora dos horrores estéticos que a partir de então invadiram o cenário das exposições de arte.Para acentuar ainda mais o seu deboche para com o que até então se entendia como arte, Duchamp, um pândego, um moleque crescido, pintou um belo bigode numa imagem da Mona Lisa de Leonardo da Vinci, ícone da pintura ocidental. Como ele não foi confinado num manicômio nem encarcerado por ofensas ao patrimônio estético (interessante observar que nunca o Direito Penal preocupou-se em classificar como crime hediondo quem de propósito fabricasse a feiura!), parte da vanguarda artística ocidental tomou-o como um profeta dos novos tempos. Estabeleceu-se então um deus nos acuda.Todavia, o que particularmente nos chama a atenção como cidadãos desta nossa capital, que mais uma vez se vê intimidada pelo flagelo de uma nova “instalação”, é a notável concentração de “esculturas” e“monumentos” absolutamente espantosos. Um pior do que o outro. Nosso calvário começa por aquela mandada erguer pelos burgueses do bairro Moinhos de Vento para celebrar sua vitória em 1964 que se encontra no Parcão (homenagem ao marechal Castello Branco, mas que também pode referir-se ao desembarque de um extraterrestre), chegando ao hediondo “timão” situado na rótula que antecede o museu Iberê Camargo. Aliás, o primeiro “timão”, que parecia ter esterco como matéria original da sua composição, foi destruído pelos vileiros do Morro Santa Tereza, certamente indignados em terem-no nas vizinhanças(sofriam de uma injusta punição, além da pobreza tinham que encarar diariamente o exemplo da medonhice). Este colar sem fim de mau gosto que nos assola ainda é composto pelo“cuiódromo”, encravado na rótula da Praça da Harmonia (obra que por igual pode ser entendida como a exaltação de um superúbere de uma vacapremiada), e por um tarugo de ferro enferrujado que adentra o Rio Guaíba nas proximidades da Usina do Gasômetro e que se intitula, pasmem, Olhos Atentos. Nem os que foram perseguidos pelo regime militar escaparam destas maldades estéticas. O “monumento” que os lembra, erigido no Parque Marinha do Brasil, nos faz supor que eles continuarão atormentados ainda por muito tempo mais. A gota d’água derradeira destas perversidades que acometem contra nós, pobres porto-alegrenses, foi a inauguração recente da Casa Monstro, situada na Rua dos Andradas. Pelo menos o autor, um jovem paulista, enfim alguém sincero no ramo, não a escondeu atrás de um título esotérico ou poético: é monstruosa, sim! Trata-se da reprodução de um tumor que, inchado, é expelido pelas aberturas da construção e vem se mostrar aos olhos dos passantes, tal como se fora um abdômen de um canceroso recém aberto pelo bisturi de um cirurgião. Como se vê, uma maravilha! Minha interrogação, depois de passar rapidamente os olhos sobre este vale de horrores que nos circunda, é por que Porto Alegre, cidade aprazível, moderna, povoada por gente simpática, habitada pelas mulheres mais belas do país e que abrigou artistas como Vasco Prado, Xico Stockinger e Danúbio Gonçalves, termina por excitar o pior lado de muitos que por aqui vêm expor? Dizem-me que eles deixam estas abominações como doação (por não encontrarem compradores e não quererem arcar com o translado) e a infeliz prefeitura, constrangida, não tem como lhes dizer não. Faço desde já um apelo ao secretário municipal da Cultura, Sergius Gonzaga, se este ano tal ameaça se repetir, mobilize-se. Levante recursos, promova uma ação entre os amigos da cidade para despachar tais coisas para qualquer outro lugar. Senão, peça socorro à ONU. Porto Alegre, aliviada, lhe será eternamente agradecida.

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2695641.xml&template=3898.dwt&edition=13384&section=1012

Arte pública como plataforma, Gaudêncio Fidelis

Em resposta a Voltaire Schilling...

31 de outubro de 2009
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Arte pública como plataforma
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Doutor em História da Arte chama de demagógico o artigo que propunha“ação entre amigos” para “despachar” obras de arte
...
O artigo do historiador Voltaire Schilling A Cidade dasMonstruosidades (ZH, 25/09/2009) tem lá o seu grau de aberração.
Não é novidade que obras de arte em espaço público desagradem a certas parcelas da população. Sociedades democráticas, entretanto, não propõem sua destruição, pois isso seria uma atitude fascista, que na mesma moeda de troca sugere uma providência autoritária sobre tudo o que lhes “desagrada”.
Ao contrário, privilegia-se o respeito à expressão, que é o fundamento básico de democracia.
Há uma grande dose de demagogia em qualquer “manifesto” que busque levantar as massas contra a arte, porque pressupõe um exercício demagógico do livre-arbítrio.
Não se trata do exercício crítico, porque a crítica procura, antes de tudo, o esclarecimento.
O professor Schilling cita o artista Marcel Duchamp como o precursor do que ele chama de uma “Caixa de Pandora dos horrores estéticos”, mas as transgressões artísticas de um dos mais brilhantes artistas do século 20 abriram o universo do pensamento reflexivo sobre a arte, que antes era limitado à contemplação passiva.
Ironicamente, é nas raízes da atitude de Duchamp, ao questionar o status do objeto artístico, que encontramos hoje a liberdade de expressar uma opinião sobre esta ou aquela obra e questionar seus pressupostos. Mas o que pensar de alguém que invoca o direito de crítica conclamando à condenação aqueles que supostamente fabricam a “feiura” que não lhes agrada?
É direito de todo cidadão exercer sua opinião, porém manifestos iconoclastas subjugam a vontade e o livre-arbítrio, pois buscam apenas contabilizar o ressentimento de alguns. “Dei a voz ao que a maioria pensa”, justifica o historiador, como se soubesse de fato que vontade é essa, causando (propositadamente) uma grande confusão entre categorias artísticas. É sabido, contudo, que a demagogia nunca busca a clareza, uma vez que privilegia a retórica.
O Monumento ao Presidente Castello Branco, de Carlos Tenius, localizado no Parcão, é uma obra que tem uma escala pública digna da imposição dos regimes autoritários, razão pela qual tem muito a nos ensinar. Sua forma estilizada, em linhas verticais dinâmicas, é de indiscutível interesse estético e talvez seja até irônico pensar em como ela pode ser contextualizada no universo contemporâneo, já que de fato elas lembram, em muito, figuras familiares ao cotidiano político que não devem ser esquecidas.
Estrela Guia II, do artista Gustavo Nakle, que substituiu a obra que Schilling menciona ter sido destruída pelos “vileiros do Morro Santa Tereza”, tinha sua primeira versão em bronze e foi roubada (como inúmeras outras obras na cidade) pelo valor de comércio do material de que era feita, e não destruída pela comunidade como diz o historiador. A obra foi escolhida por concurso público dentro do projeto Espaço Urbano Espaço Arte da prefeitura dePorto Alegre. Vale lembrar que nosso artista Xico Stockinger, citado pelo autor, participou inclusive dessa comissão, formada em sua maioria por membros da comunidade artística. A obra Super cuia, do artista gaúcho Saint-Clair Cemin, doada pela 4ª Bienal do Mercosul, é uma obra surpreendente por ter atribuído um caráter pop a um símbolo regional como a cuia, através do formato de um dodecaedro. Olhos Atentos, de José Resende, não é uma doação, mas uma obra comissionada pela 5ª Bienal. Voltada para o Guaíba, como um mirante, ela já faz parte do imaginário da cidade. O Monumento aos Mortos do Regime Militar, de Luiz Gonzaga, foi escolhido em concorrência pública por uma comissão em 1994, resultado de um projeto de lei, tendo grande receptividade por parte das famílias atingidas pela ditadura. Uma forma abstrata que, com seus espaços entrecortados, representa plenamente os limites entre a opressão do ferro e a liberdade do azul do céu. Finalmente, Tapume, de Henrique Oliveira, é uma obra temporária da 7ª Bienal do Mercosul e, em sua qualidade artística, como tal, deve ser pensada. Por fim, não é possível deixar de notar as referências subliminares do professor Schilling ao corpo, por meio do uso de termos como “cuiódromo”, “vaca premiada” e “tarugo”, de conotação notadamente sexual. O raciocínio culmina na apologia à beleza das porto-alegrenses, que ele chama de as “mulheres mais belas do país”, uma atitude não só machista e estereotípica, mas que também privilegia um padrão de beleza em relação às mulheres de outros estados. A conclusão parece ser a de que as obras de arte públicas deveriam ser tão belas quanto as mulheres gaúchas – afinal, tudo seriam coisas – e nós, porto-alegrenses, gostamos de coisas “modernas” e belas, ao menos nas palavras do historiador.
Um argumento quase irrefutável.

* Mestre em Arte pela New York University (NYU) e doutor em História da Arte pela State University of New York (SUNY)
GAUDÊNCIO FIDELIS