quarta-feira, 19 de março de 2008

Memórias Íntimas em Literatura

Um amor para recordar
"Carta a D." é uma elegia do filósofo André Gorz para a mulher com quem viveu 50 anos


Histórias de amor com algo de fatalidade estão sempre no limite incômodo entre a emoção e a hiperglicemia. É, portanto, surpreendente quando aparece um ensaio conciso, seco, honesto no limite do brutal e que é, antes de tudo, uma dilacerante carta de amor.

É o caso de Carta a D. (Annablume/Cosac Naify, 80 páginas, R$ 22,80), um relato do filósofo francês André Gorz escrito para sua esposa, a inglesa Dorine Keir, já no fim da vida do casal, ambos intelectuais militantes de esquerda.

Pouco conhecido no Brasil, Gorz (austríaco de nascimento cujo nome original era Gerhard Hirsch) foi um dos grandes pensadores europeus de esquerda no século 20. Amigo de Jean-Paul Sartre e de Simone de Beauvoir, foi um dos fundadores da revista Le Nouvel Observateur e diretor da publicação Les Temps Modernes, fundada por Sartre em 1944. Publicou dezenas de livros sobre a questão social e as relações de trabalho no capitalismo e foi um pioneiro da causa ambiental.

Carta a D., best-seller imediato na França em 2005, foi sua última obra. O livro é, ao mesmo tempo, uma reflexão lúcida e descarnada sobre o valor do amor e um balanço final da vida de seu autor, o que inclui, forçosamente e em primeiro lugar, o casamento de mais de meio século que teve com a inglesa Dorine. É ela a D. a quem a "carta" se dirige, em um texto no qual o racional ex-marxista reconhece que sua formação intelectual muitas vezes impediu-o de assumir uma postura mais emocional ao analisar os sentimentos transbordantes que nutria pela esposa.

D. não foi apenas a mulher com quem Gorz passou a vida, foi aquela com quem ele escolheu terminá-la. Em setembro do ano passado, o casal, então já com mais de 80 anos, se suicidou. Ela sofria de uma grave doença degenerativa provocada por uma substância de contraste para Raio X que não foi eliminada pelo organismo. Ao testemunhar os anos de batalha da mulher com a dor, Gorz já sinalizava na Carta a D. a atitude que o casal tomaria: "Nós desejaríamos não sobreviver um à morte do outro. Dissemo-nos sempre, por impossível que seja, que, se tivéssemos uma segunda vida, iríamos querer passá-la juntos".

A Carta a D. de André Gorz é um testemunho que vem se juntar a um tipo peculiar recente de livros de memórias e depoimentos. Textos que buscam, por meio de narrativas de uma qualidade literária mais trabalhada, fazer uma arqueologia dos afetos revirando escombros da memória (leia abaixo). Uma linhagem que remonta ao best-seller de 2005 O Ano do Pensamento Mágico, de Joan Didion, publicado em 2006. Textos que, como Carta a D., em vez de simplesmente narrar suas memórias, refletem sobre o próprio processo que as cristalizou.


A Encomenda
A americana A.M. Homes, aclamada como uma das mais perturbadoras revelações literárias em língua inglesa com o romance O Fim de Alice, no qual narrava uma história pelo ponto de vista de um pedófilo, reconta a experiência traumática de se descobrir adotada pela família que sempre pensou ser sua. A história vem à tona depois que a mãe biológica, que a vendeu na infância, retorna para restabelecer contato já com Homes tornada escritora famosa. Com honestidade brutal e a ironia ácida que haviam celebrizado sua prosa, Homes revisita suas tentativas titubeantes de restabelecer contato com a mãe desequilibrada e com o pai reticente, que quer conhecê-la mas insiste em manter sua esposa e seus outros filhos sem saber da existência dessa filha. Um mergulho emocional nas trevas. Nova Fronteira, 222 páginas, R$ 29,90.


Sobre Alice
Durante anos, o jornalista Calvin Trillin calcou muitos de seus textos para a New Yorker na rotina familiar que vivia em companhia da esposa, Alice, e de seus filhos. Trillin é especialista em um certo tipo de texto jornalístico muito popular nos Estados Unidos, o relato do cotidiano com um viés centrado principalmente no humor, algo aparentado com a nossa crônica de imprensa mas com menos lirismo e mais espírito. Muitos desses textos tinham por protagonista a Alice que é tema e título deste último livro escrito pelo jornalista sobre a esposa, também escritora e educadora. Usando o mesmo humor que sempre exercitou em suas crônicas, ele dá voz à saudade da mulher, morta após 36 anos de vida em comum, vencida por um câncer. Trillin faz a elegia de sua musa com auto-ironia e graça que evitam a pieguice. Editora Globo, 96 páginas, R$ 17.

fonte: Zero Hora

terça-feira, 18 de março de 2008

Propriedade Privada (Nue Propriété)

...Vi e recomendo:


* Sinopse
Pascale (Isabelle Huppert) vive em uma antiga fazenda restaurada com seus dois filhos gêmeos, François (Yannick Renier) e Thierry (Jérémie Renier), adultos incapazes de seguir a vida por conta própria. Após um longo casamento e o divórcio, ela e o marido continuam a brigar. O novo companheiro de Pascale a encoraja a vender a propriedade e, com o dinheiro, abrir uma pousada nos Alpes. Os filhos se opõem com violência e se desentendem com o namorado da mãe. Desesperada pela falta de liberdade, Pascale sai de casa. Sua ausência provocará uma verdadeira guerra entre os filhos.



* Informações Técnicas
Título no Brasil: Propriedade Privada
Título Original: Nue Propriété
País de Origem: Luxemburgo / Bélgica / França
Gênero: Drama
Classificação etária: 14 anos
Tempo de Duração: 105 minutos
Ano de Lançamento: 2006
Estréia no Brasil: 05/10/2007
Site Oficial: http://www.hautetcourt.com/fiche.ph p?pkfilms=124
Estúdio/Distrib.: Imovision
Direção: Joachim Lafosse

* Elenco
Isabelle Huppert ... Pascale
Jérémie Renier ... Thierry
Yannick Renier ... François
Kris Cuppens ... Jan
Patrick Descamps ... Luc
Raphaëlle Lubansu ... Anne
Sabine Riche ... Gerda
Dirk Tuypens ... Dirk
Philippe Constant ... Ami de Jan
Catherine Salée ... Amie de Jan
Delphine Bibet ... Karine

segunda-feira, 10 de março de 2008

Norman McLaren

Sala P.F. Gastal exibe obra completa do animador canadense Norman McLaren (4 a 16/Mar)

A partir da próxima terça-feira, 4 de março, a Sala P. F. Gastal, no 3º andar da Usina do Gasômetro (Av. Presidente João Goulart, 551) apresenta retrospectiva da obra completa e restaurada do animador canadense Norman McLaren (1914-1987).

Numa promoção conjunta do Consulado Geral do Canadá e do National Film Board do Canadá (NFB), esta retrospectiva foi exibida primeiro na Cinemateca Brasileira (São Paulo) e agora viaja pelas principais capitais do país. Composta de 10 programas que reúnem e apresentam os filmes de McLaren a partir de diferentes recortes, técnicos e temáticos, a mostra inclui ainda um documentário sobre o cineasta, inédito no Brasil. A exibição acontece até o dia 16 de março, onde o público poderá entrar em contato com a obra única de McLaren, em três sessões diárias, com entrada franca.

Pioneiro do cinema de animação e fundador do departamento de animação do National Film Board do Canadá, Norman McLaren é um dos maiores nomes do gênero da história do cinema. Seu brilho, criatividade e consciência social continuam a influenciar os cineastas até hoje. Desde as primeiras experiências cinematográficas na Escócia em 1933 até seu último filme no NFB em 1983, o conjunto das obras de McLaren revela talento e criatividade extraordinários, bem como profundas raízes humanistas.

Artista complexo e criador prolítico, MacLaren abriu novos caminhos e possibilidades dentro de um leque amplo de mídias e estilos. Foi um mestre do filme direto – ao riscar no celulóide, criando até mesmo sons sintéticos ao desenhar sobre pistas óticas sonoras. Abriu caminho na técnica chamada pixilation, na qual atores e objetos são filmados quadro a quadro e transformados em marionetes. Foi pioneiro na música visual, explorando novas maneiras para criar representações visuais da música que ele tanto amou, e outras vezes explorou o movimento puro. Cinema abstrato, surrealista, dança – nenhuma área ficou ausente da incansável imaginação de McLaren.

Norman McLaren, acima de tudo, era movido por um profundo compromisso com o pacifismo, os direitos humanos e a justiça social. Da mesma maneira como foi um inovador na forma, liderou a fusão da arte com a consciência social, e esse legado inspirou gerações de cineastas engajados em questões sociais.

Restaurar os clássicos de McLaren foi um trabalho de amor de toda a equipe do NFB, reconhecido com um prêmio da Federação Internacional de Bibliotecas Audiovisuais e Comerciais, de Londres, para a Melhor Restauração ou Projeto de Preservação em Arquivos. Ao devolver essas estimadas obras para a grande tela, o NFB trabalha para que todo o mundo redescubra o gênio de um dos animadores mais influentes do Canadá e da história do cinema.

* Confira abaixo PROGRAMAÇÃO e GRADE DE HORÁRIOS *

PROGRAMAÇÃO

Programa McLAREN CLÁSSICOS (Exibição em DVD, 75")

As obras-primas de Norman McLaren, cuidadosamente restauradas por artesãos do National Film Board of Canada (NFB), reluzem com um novo brilho. Os trabalhos foram restaurados usando materiais conservados no NFB, no Arquivo Nacional do Canadá e na Cinemateca de Quebec. Ao limpar as imagens e as trilhas sonoras dos filmes, os restauradores foram cuidadosos em respeitar o trabalho de McLaren, garantindo que os traços artesanais de suas obras permanecessem evidentes.

Norman McLaren"s Opening Speech / Discours de bienvenue de Norman McLaren
(Canadá, 1961, 7") • Stars and Stripes / Étoiles et bandes (Estados Unidos, 1940, 2", sem diálogos) • Hen Hop (Canadá, 1942, 4", sem diálogos) • Begone Dull Care / Caprice en couleurs, co-dirigido por Evelyn Lambart (Canadá, 1949, 8", sem diálogos) • A Chairy Tale / Il était une chaise, co-dirigido por Claude Jutra (Canadá, 1957, 10", sem diálogos) • Lines Horizontal / Lignes horizontales, co-dirigido por E. Lambart (Canadá, 1962, 6", sem diálogos) • Blinkity Blank (Canadá, 1955, 5", sem diálogos) • Le merle (Canadá, 1958, 4", sem diálogos) • Neighbours / Voisins (Canadá, 1952, 8", sem diálogos) • Synchromy / Synchromie (Canadá, 1971, 8", sem diálogos) • Pas de deux (Canadá, 1968, 13", sem diálogos)

Programa PRIMEIROS FILMES (Exibição em DVD, 77")

Em 1936, na Escócia, o jovem Norman McLaren participou de um festival de cinema amador. Seu trabalho foi notado por John Grierson, que era membro do júri. Grierson ofereceu a McLaren um trabalho na divisão de cinema dos Correios (GPO) de Londres, onde dirigia trabalhos criativos e inovadores. McLaren começou então a fazer experiências com técnicas de animação sem câmera, tanto no Reino Unido quanto nos Estados Unidos (Love on the Wing é sua primeira obra-prima). Enquanto isso, Grierson foi para o Canadá fundar o NFB, e recrutou McLaren para a instituição em 1941. O resto, como dizem, é história.

Beginnings / Les débuts, de Éric Barbeau (Canadá, 2005, 5") • 7 till 5 (Reino Unido, 1933, 13", silencioso) • Camera Makes Whoopee (Reino Unido, 1935, 25", silencioso) • Polychrome Fantasy (Reino Unido, 1935, 3", silencioso) • Book Bargain (Reino Unido, 1937, 8") • Mony a Pickle, co-dirigido por Richard Massingham e Alberto Cavalcanti (Reino Unido, 1938, 4") • The Obedient Flame (Reino Unido, 1939, 10") • Love on the Wing (Reino Unido, 1938, 4", sem diálogos) • July 4th, 1941 (test), co-dirigido por Guy Glover e outros (Estados Unidos, 1941, 3", silencioso) • Stars and Stripes / Étoiles et bandes (Estados Unidos, 1940, 2", sem diálogos)

Programa A ARTE DO MOVIMENTO (Exibição em DVD, 80")

Norman McLaren começou sua carreira rabiscando e desenhando diretamente na película. Os filmes que dirigiu usando esta técnica demonstram seu senso inigualável de movimento. Ao assistirem estes filmes, os espectadores são atraídos pelo puro dinamismo que os fotogramas transmitem. Devemos a McLaren uma famosa afirmação: "O que acontece entre um fotograma e outro é mais importante do que o que acontece em cada fotograma".

The Art of Motion / L"art en mouvement, de Éric Barbeau (Canadá, 2005, 3") • Begone Dull Care / Caprice en couleurs, co-dirigido por Evelyn Lambart (Canadá, 1949, 8", sem diálogos). • Lines Vertical / Lignes verticales, co-dirigido por Evelyn Lambart (Canadá, 1960, 6", sem diálogos) • Lines Horizontal / Lignes horizontales, co-dirigido por Evelyn Lambart (Canadá., 1962, 6", sem diálogos) • The Making of Mosaic (test), co-dirigido por Evelyn Lambart (Canadá., 1960-2004, 1", silencioso) • Mosaic / Mosaïque, co-dirigido por Evelyn Lambart (Canadá, 1965, 5", sem diálogos) • Spook Sport, co-dirigido por Mary Ellen Bute (Estados Unidos, 1940, 8", sem diálogos) • Fiddle-de-dee (Canadá, 1947, 3", sem diálogos) • Le merle (Canadá, 1958, 4", sem diálogos) • Le merle - tests and outtakes / Le merle - test et chutes (Canadá, 1948, 3", silencioso) • Hoppity Pop (Canadá, 1946, 2", sem diálogos) • Mail Early
(Canadá, 1941, 2", sem diálogos) • Mail Early for Christmas (Canadá, 1959, 1", sem diálogos) • Chaplin Test (Canadá, anos 1940, 1", silencioso) • New York Lightboard Record (Canadá, 1961, 8", silencioso) • Birdlings (test) (Canadá, 1967, 4", silencioso) • Short and Suite (Canadá, 1959, 5", sem diálogos)

Programa GUERRA E PAZ (Exibição em DVD, 71")

As hostilidades da Segunda Guerra Mundial afligiram muito o jovem Norman McLaren e uma linha pacifista surgiu em seu trabalho. Embora tenha feito filmes destinados a apoiar as tropas e promover o esforço de guerra, McLaren também ficou interessado na natureza dos conflitos, como podemos ver em trabalhos como A Chairy Tale e o famoso Neighbours. Sob o humor existe uma profunda preocupação pelo estado do mundo.

War and Peace / Guerre et Paix, de Éric Barbeau (Canadá, 2005, 5") • News for the Navy
(Reino Unido, 1937-1938, 11") • Hell Unlimited, co-dirigido por Helen Biggar (Reino Unido, 1936, 19", silencioso) • Snakes (unfinished film) (Canadá, versão de 1943, 1", silencioso) • Keep Your Mouth Shut (Canadá, 1944, 2") • Our Northern Neighbour (animated excerpt from "The Wook"), co-dirigido por Tom Daly (Canadá, 1944, 1") • V for Victory (Canadá, 1941, 2", sem diálogos) • 5 for 4 (Canadá, 1942, 3", sem diálogos) • Dollar Dance (Canadá, 1943, 4", sem diálogos) • A Chairy Tale – Tests and Outtakes / Il était une chaise - tests et chutes, co-dirigido por Claude Jutra (Canadá, 1956-1957, 4", silencioso) • A Chairy Tale / Il était une chaise, co-dirigido por Claude Jutra (Canadá, 1957, 10", sem diálogos) • A Chairy Tale – Alternate Ending / Il était une chaise - essai pour séquence de fin, co-dirigido por Claude Jutra (Canadá, 1956-1957, 1", sem diálogos) • Neighbours / Voisins (Canadá, 1952, 8", sem diálogos)

Programa PINTANDO COM LUZ (Exibição em DVD, 69")

Os filmes que Norman McLaren fez com lápis de cera (La Poulette Grise) e giz (Là-haut sur ces montagnes) demonstram notáveis efeitos de luz. Suas origens vêm da fascinação de McLaren pelo jogo de luzes que acompanha o movimento das nuvens no céu. Para McLaren, o movimento é, às vezes, sugerido pelas variações sutis da luz sobre os objetos ou as paisagens. Em outros filmes, como Blinkity Blank, seu trabalho com luzes lembra mais as pirotecnias.

Painting with Light / Peintre de la lumière, de Éric Barbeau (Canadá, 2005, 5") • La Poulette grise (Canadá, 1947, 6", sem diálogos) • La Poulette grise – test (Canadá, 1947, 4", silencioso) • Là-haut sur ces montagnes (Canadá, 1945, 3", sem diálogos) • Là-haut sur ces montagnes – test (Canadá, 1944, 1", silencioso) • McLaren at Play (tests) (Canadá, anos 1940, 5", silencioso) • Spheres / Sphères, co-dirigido por René Jodoin (Canadá, 1969, 7", sem diálogos) • Blurr Test (Canadá, 1956-1957, 11", silencioso) • The Flicker Film (unfinished film) (Canadá, 1961, 4", sem diálogos) • Serenal (Canadá, 1959, 3", sem diálogos). • Pinscreen Tests (Canadá, 1961, 1", silencioso) • The Seasons / Les Saisons (unfinished film) (Canadá, 1966, 5") • The Corridor (unfinished film) (Canadá, anos 1950, 1") • Little Negro (unfinished film) (Canadá, anos 1940, 2", silencioso) • C"est l"aviron (Canadá, 1944, 3", sem diálogos) • Bounce Film (test) (Canadá, versão 1960, 1", silencioso) • Doors (unfinished film) (Canadá, final dos anos 1950, 2", silencioso) • Blinkity Blank (Canadá, 1955, 5", sem diálogos)

Programa SURREALISMO (Exibição em DVD, 61")

Nos anos 30, Norman McLaren descobriu Fantasmagorie, de Émile Cohl, e A Night on Bald Mountain, da dupla Alexandre Alexeieff e Claire Parker. Ambos os filmes são construídos a partir de uma série de transformações ousadas e apaixonantes. McLaren foi também influenciado pelo pintor surrealista francês Yves Tanguy e em muitas ocasiões adotou uma estética surrealista – transferindo para os filmes as imagens de seu inconsciente. Além disso, alguns de seus trabalhos abstratos e semi-abstratos compartilham também de uma sensibilidade semelhante.

Surrealism / Surréalisme, de Éric Barbeau. (Canadá, 2005, 4") • A Little Phantasy on a Nineteenth Century Painting (Canadá, 1946, 4", sem diálogos) • A Phantasy (Canadá, 1952, 7", sem diálogos) • Essai de paysage à la Tanguy (test) (Canadá., 1944, 1") • Pen Drawings (test) (Canadá, anos 1940, 2", silencioso) • The Head Test (unfinished film) (Canadá, 1944, 3") • Serenal (Canadá, 1959, 3", sem diálogo) • The Hypnosis Film (test) (Canadá, anos 1960, 1", silencioso) • Begone Dull Care / Caprice en couleurs, co-dirigido por Evelyn Lambart
(Canadá, 1949, 8", sem diálogos) • Love on the Wing (Reino Unido, 1938, 4", sem diálogos) • Surrealistic Hand Drawing (unfinished film) (Canadá, 1939-1945, 1", silencioso) • Hen Hop
(Canadá, 1942, 4", sem diálogos). • Boogie-Doodle (Estados Unidos, 1940, 3", sem diálogos) • Fiddle-de-dee (Canadá, 1947, 3", sem diálogos) • Dots / Points (Estados Unidos, 1940, 2", sem diálogos) • Scherzo (Estados Unidos, 1939, 1", sem diálogos) • Loops / Boucles (Estados Unidos, 1940, 3", sem diálogos) • NBC Valentine Greeting (Estados Unidos, 1939, 2", sem diálogos) • Short and Suite (Canadá, 1959, 5", sem diálogos)

Programa O ANIMADOR ENQUANTO MÚSICO (Exibição em DVD, 70")

A música foi uma das artes que mais influenciou Norman McLaren. Em um filme como Canon, o cineasta cria um visual equivalente à estrutura musical. O resultado apresenta humor e inventividade. McLaren foi também pioneiro no campo da música eletrônica, experimentando com sons sintéticos e criando trilhas sonoras diretamente nos filmes a partir de três técnicas diferentes: pintando a pista de som em película transparente, riscando o som numa película emulsionada e fotografando o som no filme.

The Animator as Musician / L"animateur musicien, de Éric Barbeau (Canadá, 2005, 5") • Workshop Experiments in Animated Sound (test) (Canadá, 1957, 5") • Loops / Boucles (Estados Unidos, 1940, 3", sem diálogos) • Pen Point Percussion / À la pointe de la plume (Canadá, 1951, 6") • Neighbours / Voisins (Canadá, 1952, 8", sem diálogos) • Animated Sound Test (Canadá, versão de 1950, 3", sem diálogos) • Le merle rehearses (unfinished film) (Canadá, final dos anos 1950, 3", sem diálogos) • Canon, co-dirigido por Grant Munro (Canadá, 1964, 9", sem diálogos) • Korean Alphabet (Canadá, 1967, 7", sem diálogos) • Synthetic Music Experiments / Expérimentation de musique synthétique (test) (Canadá, anos 1950, 5", sem diálogos) • Mosaic / Mosaïque, co-dirigido por Evelyn Lambart (Canadá, 1965, 5", sem diálogos) • Test A for Synchromy (Canadá, anos 1960, 1", sem diálogos) • Test B for Synchromy (Canadá, final dos anos 1960, 3", sem diálogos) • Synchromy / Synchromie (Canadá, 1971, 7", sem diálogos)

Programa DANÇA (Exibição em DVD, 76")

A paixão de Norman McLaren pelo movimento o conquistou para o mundo da dança. Seus amigos próximos dizem que ele frequentemente assistia recitais de balé, e que adoraria ter sido um bailarino. Alguns filmes de McLaren parecem danças frenéticas cheias de motivos abstratos, enquanto outras fazem referência mais explícita à dança – inclusive os balés de várias criaturas de seu bestiário (como galinhas, melros e outros pássaros). McLaren também criou três filmes de dança, entre os quais Pas de deux, sensual e encantadora obra-prima.

Dance / Le danseur, de Éric Barbeau (Canadá, 2005, 5") • Hen Hop (Canadá, 1942, 4", sem diálogos) • A Summer Day in Ottawa in 1949… (test) (Canadá, 1949, 5", silencioso) • Two Bagatelles (Canadá, 1952, 2", sem diálogos) • On the Farm (test) (Canadá, 1951, 7", silencioso) • Christmas Cracker: McLaren"s contribution / Caprice de Noël – La contribution de McLaren (Canadá, 1963, 4", silencioso) • Ballet Adagio (Canadá, 1972, 10", sem diálogos) • Narcissus – test / Narcisse – test (Canadá, 1973-1975, 2", silencioso) • Narcissus / Narcisse (Canadá, 1983, 22", sem diálogos) • Pas de deux – test (Canadá, 1965-1967, 7", silencioso) • Pas de deux (Canadá, 1968, 13", sem diálogos)

Programa PAPEL CORTADO (Exibição em DVD, 75")

A técnica de papel cortado foi bastante utilizada nos primeiros anos do NFB, por ser simples e de baixo custo. Norman McLaren foi atraído pelo estilo geométrico e pela simplicidade gráfica da técnica. Ele utilizou recortes em alguns de seus filmes mais famosos, incluindo Rythmetic (co-dirigido por Evelyn Lambart) e Le Merle. A clareza e simplicidade da técnica de papel cortado são evidentes na série educativa Animated Motion, dirigida por McLaren e Grant Munro.

Paper Cuts-outs / Papiers découpés, de Éric Barbeau (Canadá, 2005, 4") • Dans un petit bois (unfinished film) (Canadá, versão de 1943, 2") • Animated Motion: Part 1 / Le mouvement image par image - partie 1, co-dirigido por Grant Munro (Canadá, 1976, 9") • Alouette, co-dirigido por René Jodoin (Canadá, 1944, 2", sem diálogos) • La Perdriole (unfinished film) (Canadá, versão de 1945, 1", silencioso) • Animated Motion: Part 2 / Le mouvement image par image - partie 2, co-dirigido por Grant Munro (Canadá, 1976, 9") • 1-2-3 (unfinished film) (Canadá, 1955, 4", silencioso) • Animated Motion: Part 3 / Le mouvement image par image - partie 3, co-dirigido por Grant Munro (Canadá, 1977, 10") • Rythmetic, co-dirigido por Evelyn Lambart (Canadá, 1956, 9", sem diálogos) • Animated Motion: Part 4 / Le mouvement image par image - partie 4, co-dirigido por Grant Munro (Canadá, 1977, 7") • Le Merle (Canadá, 1958, 4", sem diálogos) • Animated Motion: Part 5 / Le mouvement image par image - partie 5, co-dirigido por Grant Munro (Canadá, 1978, 7") • Spheres / Sphères, co-dirigido por René Jodoin (Canadá, 1969, 7", sem diálogos)

Programa PROCESSO CRIATIVO (Exibição em DVD, 117")

Documentário sobre o processo criativo de Norman McLaren – o pai da animação no Canadá, e talvez, o maior cineasta experimental de todos os tempos. Poucos filmes capturam o processo criativo de um artista com tamanha inteligência e critério como esse.

Creative Process: Norman McLaren / Le Génie créateur: Norman McLaren, de Donald McWilliams (Canadá, 1990, 117", legendas em português)

GRADE DE HORÁRIOS

Primeira Semana (4 a 9 de março de 2008)

4 de março (terça-feira)

15:00 – McLaren Clássicos (75 minutos)
17:00 – Primeiros Filmes (77 minutos)
19:00 – A Arte do Movimento (80 minutos)

5 de março (quarta-feira)

15:00 – Papel Cortado (75 minutos)
17:00 – Dança (76 minutos)
19:00 – Guerra e Paz (71 minutos)

6 de março (quinta-feira)

15:00 – Pintando com a Luz (69 minutos)
17:00 – O Animador Enquanto Músico (70 minutos)
19:00 – Surrealismo (61 minutos)

7 de março (sexta-feira)

15:00 – Guerra e Paz (71 minutos)
17:00 – Processo Criativo (117 minutos)
19:00 – Coquetel de lançamento do curta-metragem Os Boçais, de Lufe Bollini

8 de março (sábado)

15:00 – McLaren Clássicos (75 minutos)
17:00 – Primeiros Filmes (77 minutos)
19:00 – A Arte do Movimento (80 minutos)

9 de março (domingo)

15:00 – Papel Cortado (75 minutos)
17:00 – Processo Criativo (117 minutos)
19:00 – Surrealismo (61 minutos)

Segunda Semana ( 11 a 16 de março de 2008)

11 de março (terça-feira)

15:00 – McLaren Clássicos (75 minutos)
17:00 – Primeiros Filmes (77 minutos)
19:00 – A Arte do Movimento (80 minutos)

12 de março (quarta-feira)

15:00 – Papel Cortado (75 minutos)
17:00 – Dança (76 minutos)
19:00 – Guerra e Paz (71 minutos)

13 de março (quinta-feira)

15:00 – Pintando com a Luz (69 minutos)
17:00 – O Animador Enquanto Músico (70 minutos)
19:00 – Surrealismo (61 minutos)

14 de março (sexta-feira)

15:00 – Guerra e Paz (71 minutos)
17:00 – Papel Cortado (75 minutos)
19:00 – Pintando com a Luz (69 minutos)

15 de março (sábado)

15:00 – McLaren Clássicos (75 minutos)
17:00 – Primeiros Filmes (77 minutos)
19:00 – A Arte do Movimento (80 minutos)

16 de março (domingo)

15:00 – Papel Cortado (75 minutos)
17:00 – Processo Criativo (117 minutos)
19:00 – Surrealismo (61 minutos)

Fonte: Secretaria Municipal da Cultura